Carro 100% elétrico Nissan Leaf chega a Florianópolis em julho


Sem ruído nenhum, sem emissão de poluentes e sem gasto de gasolina, o carro 100% elétrico Nissan Leaf chega ao Brasil para venda entre julho e agosto. Trinta e dois veículos desse tipo já rodaram pelas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo como táxis nos últimos anos.

Testei o modelo supersilencioso a convite da Nissan no Autódromo de Interlagos, inclusive dirigindo na famosa Curva “S” do Senna na saída dos boxes.

A aceleração do Nissan Leaf é incrível porque é instantânea. O modelo entrega 110 KW (149 cavalos) de potência e 32,6 kgfm (320 Nm) de torque. E o mais interessante é que pelo sistema E-Pedal a frenagem é feita no mesmo pedal do acelerador. Tirando o pé do pedal, o carro desacelera até parar completamente.

A energia é armazenada em baterias de íons de lítio de 40kWh. O carro é abastecido diretamente na rede elétrica. Existem dois tipos de conectores para recarga rápida e normal. Em estações de alta potência, conforme a fabricante japonesa, a carga rápida abastece até 80% em apenas 30 minutos.

Vendas

Quinze unidades foram vendidas durante a pré-venda no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro de 2018. O preço estimado é de R$ 178.400,00.

 

Considerado o carro-chefe da mobilidade da Nissan, o Leaf destaca-se pelos sistemas Nissan ProPilot e E-Pedal – Divulgação/ND

 

Neste primeiro momento, apenas sete concessionárias em seis cidades, entre elas, Florianópolis, recebem o Nissan Leaf. As demais cidades são Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Curitiba.

O primeiro embarque com 42 veículos chega ao final do primeiro semestre. De acordo com o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, um técnico de cada concessionária viajará ao Japão nos próximos meses para treinamento.

O Nissan Leaf é o veículo 100% elétrico mais vendido do mundo. Já foram vendidas 380 mil unidades em 51 países. A montadora japonesa pesquisa outras três tecnologias alternativas aos motores a combustão: o X-Trail híbrido, o SOFC e o Note e-Power.

 

Energia é armazenada em baterias de íons de lítio de 40kWh – Divulgação/ND

 

Reaproveitamento da bateria

As baterias de íons de lítio duram em média cinco anos. Pensando na logística reversa, a Nissan assinou um acordo de cooperação com o Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) para o reaproveitamento dessas baterias.

“A bateria terá uma segunda vida útil”, explica o professor da UFSC, Ricardo Rüther.

“Quando a bateria não servir mais para o carro elétrico, servirá para aplicação estacionária. Nós vamos usá-las para carregar com energia solar, transformando-as em um novo produto, e dar um segundo uso para elas, como por exemplo, em residências”, diz.

“No futuro, eu vejo todo mundo fazendo microgeração de energia. É mais complexo, mas a gente diminui as perdas inerentes que temos no sistema elétrico de agora”, pressupõe Viccenzo Benetti, 27 anos, cofundador da startup AtlasPower, que atua no projeto. Viccenzo graduou-se em engenharia de automação e sistemas da UFSC em 2018.

 

Professor da UFSC Ricardo Rüther e especialista em baterias Viccenzo Benetti pedalam bicicletas elétricas para gerar energia – Giovana Kindlein/ND